
ActualidadeAs
células de combustível em Portugal ainda não
passam de projectos de demonstração ou de investigação
a nível dos Institutos de Investigação ou
Departamentos universitários. Destacam-se neste panorama
o INETI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial),
o IST (Instituto Superior Técnico) o INEGI (Instituto de
Engenharia Mecânica e Gestão Industrial) e a faculdade
de Engenharia do Porto. De todos
os projectos levados a cabo nestas instituições,
a que tem mais relevância é o Projecto CUTE
(Clean Urban Transport for Europe), cujo objectivo é
desenvolver e demonstrar um sistema de transporte livre
de emissões e com baixo ruído que, incluindo
a respectiva infra-estrutura energética, tem um grande
potencial para reduzir a emissão de gases de efeito
de estufa, indo ao encontro dos compromissos do Protocolo
de Quioto, melhorando a qualidade de vida em zonas densamente
povoadas e conservando os recursos fósseis. Para
se atingir este objectivo haverá um total de 27
autocarros que circularão no Porto e que serão
construídos pela EvoBus baseados no modelo Citaro
da Mercedes Benz. A alimentação é
constituída por uma pilha de combustível
do tipo PEMFC com uma potência de 250 kW, que juntamente
com o restante do sistema está montado no tecto
do autocarro. O módulo de armazenamento consiste
em 9 cilindros de 205 litros para uma capacidade total
de 44 kg de hidrogénio a 350 bar.Para abastecer os autocarros, é necessário uma estação de alta pressão, operando a 450 bar, capaz de reabastecer o autocarro em cerca de 10 minutos. O hidrogénio é produzido na própria estação ou transportado para esta na forma líquida. A produção do hidrogénio tal como referido anteriormente é uma questão vital para que o impacte ambiental seja minimizado. As possibilidades variam desde a electrólise à reformação da gasolina, gás natural passando pelo metanol. Mais recentemente nasceu em Portugal a primeira empresa virada para a produção e comercialização de células de combustível. O seu nome é SRE (soluções Racionais de Energia) e acabou de lançar a “Lucis”, a primeira pilha de combustível nacional. A “Lucis não é mais que uma PEMFC, com a possibilidade de serem acopladas em unidades de quatro células, com um peso de 200 gramas. A prazo poderão substituir uma bateria convencional de seis quilos, abrindo as portas a uma multiplicidade de utilizações: carrinhos de golfe, iluminação para câmaras de vídeo, cadeiras para pessoas deficientes, veículos industriais eléctricos e um grande número de aplicações móveis. A autonomia de uma pilha de combustível deste tipo é de 60 horas, ao contrário das 10 horas de uma bateria tradicional. Os projectos futuros da empresa passam pela comercialização da “lucis” e esperam adquirir o “know-how” suficiente para se lançarem nas tecnologias de alta temperatura para produção estacionária de energia. Esse know how poderá provir da central de hidrogénio que vai ser construída nos Açores, na Praia da Vitória |