05/04/2014
Renováveis evitam importações de 4,3 mil milhões em combustíveis
Os números foram apresentados ontem à noite pelo presidente da EDP, António Mexia, durante uma conferência sobre o sector energético, promovida pela Ordem dos Engenheiros.
"Em Portugal o défice externo está fortemente associado à factura externa. Se as importações forem reduzidas este peso diminui. Com o investimento na energia hídrica e eólica, a dependência energética em Portugal passou de 85% para 75%, entre 2005 e 2012", realçou.
O gestor alertou ainda para as dificuldades com que se defronta o sector energético na Península Ibérica. "O preço do mercado grossista na ‘pool' (bolsa de electricidade) não paga hoje nenhuma tecnologia de produção de electricidade. Isto faz com que o investimento no sector seja nulo. Cada vez que se queima gás natural perde-se dinheiro", afirmou António Mexia.
"As renováveis e a energia hídrica fazem descer o preço do mercado grossista de electricidade. Isso é visível com a meteorologia", acrescentou, sublinhando que um parque eólico é hoje competitivo com uma central a gás natural, com o preço do barril de petróleo a 100 dólares o barril".
O presidente da EDP destaca ainda, em reacção às críticas da CIP - Confederação Empresarial de Portugal sobre os preços da electricidade, que a industrial nacional beneficiou com esta situação.
"Os preços pagos são inferiores aos praticados em Espanha e à média da União Europeia. Não vale a pena torturar os números para darem as conclusões que se pretende", adiantou António Mexia, sublinhando que "o peso da energia eléctrica em Portugal nos custos de transformação é de apenas 2%, pelo que não põe me causa a competitividade da actividade".
Económico