07/04/2008

Alunos debatem hidrogénio como alternativa ao petróleo

Hidrogénio como alternativa ao petróleo" é o tema do seminário que os alunos da turma A do 12º ano da Escola Secundária Domingos Rebelo promovem hoje, a partir das 11h00, no Hotel Royal Garden, em Ponta Delgada.

Esta iniciativa insere-se no âmbito da Área de Projecto, uma disciplina introduzida em 2006 neste nível de ensino, cuja orientação da turma está a cargo da Professora Ilda Brás. No início do ano lectivo, os alunos escolheram trabalhar como actividade a construção de uma pilha de hidrogénio.
Depois de muita investigação e de trabalho diário, os estudantes chegaram à conclusão de que a partir de uma pilha de combustível é possível usar o hidrogénio como fonte de energia.

Assim, para o efeito conseguiram produzir em laboratório réplicas simples do que já se faz em maiores dimensões e verificaram como as pilhas de hidrogénio podem vir a substituir os combustíveis fósseis e, assim, diminuir a poluição emitida por eles.

Na verdade – dizem os alunos -, "sonhamos com um planeta mais verde, mais limpo, onde o desenvolvimento esteja assente na economia de hidrogénio".

Em relação aos Açores, são de opinião que vivem numa terra "onde existem grandes potencialidades em termos de energias renováveis, nomeadamente a Geotermia e a energia eólica". Assim sendo, entendem ser importante dar a conhecer à sociedade "as potencialidades do hidrogénio como forma de combater o aquecimento global do planeta e de fazer face à escassez de combustíveis fósseis".
Em declarações ao Diário dos Açores, a professora Ilda Brás realça o trabalho desenvolvido pela turma e o entusiasmo com que trabalharam no projecto (uns mais que outros), mesmo com as dificuldades que encontraram, isto é, não haver Internet em todas as salas de aula para os alunos pudessem, em período lectivo, fazer as suas pesquisas, daí que "muito do trabalho de investigação foi feito em casa".

Para a orientadora, os currículos do 12º ano actualmente são muito mais interessantes, pois permitem desenvolver na Área de Projecto trabalhos práticos, ao mesmo tempo que permitem que o aluno não desenvolva apenas o saber teórico, mas aprendem também a ver. "Os alunos gostam mais de ver do que ouvir", afirma.
Ao nível dos contactos, a professora assume que houve alguma dificuldade, mas garante que acabaram por acontecer após a ida a um Congresso da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa. Tudo em nome da aprendizagem, pois há que aprender com os outros e desenvolver um projecto de interacção: Escola; família e sociedade.

Do programa do seminário consta a apresentação do trabalho desenvolvido pela turma do 12ºA, seguindo-se a intervenção de Teófilo Braga, da Agência Regional de Energia Ambiental, sobre "Educação em matéria de Energia".

Pelas 12h00 Carmen Rangel, Investigadora Coordenadora do INET, aborda "As pilhas de combustível e o Hidrogénio da Agenda Escolar", ao que se segue a intervenção de Miguel Pontes, investigador do LAMTEC, que fala sobre "A divulgação das Tecnologias do Hidrogénio no LAMTEC".

A tarde é dedicada aos painéis. Assim, às 14h20, José Campos Rodrigues discursa sobre a "Contribuição do Hidrogénio na viabilização do novo paradigma energético", e Tiago Farias, do IST, traz "O Hidrogénio e os transportes: os desafios, as soluções tecnológicas, as barreiras. Os projectos-piloto, a visão das marcas dos automóveis".

Às 15h00, Bjorn Gunnarsson, director académico da School for Renewable Energy Science, aborda "O uso das energias alternativas e a produção de Hidrogénio na Islândia". Pelas 16h20, Daniela Ferreira, investigadora da Universidade do Porto, fala sobre "O Hidrogénio como energia alternativa, produção de Hidrogénio usando cianobactérias", ao que segue "Os resíduos como fontes hidrotermais" por António Branco, da Empresa Geral de Fomento.

A terminar o segundo painel, Paulo Ferrão, do IST, fala sobre "A economia do Hidrogénio nos Açores", e a sessão de encerramento, pelas 17h50, está a cargo do Secretário Regional da Educação e Ciência, Álamo Meneses.

Por: Nélia Câmara

Diário dos Açores